quinta-feira, 19 de abril de 2007

Isto há coisas do arco da velha...

Outro dia tive o seguinte sonho:

Pergunto eu a uma médica:
- Srª Drª, o que é que eu tenho?
E diz ela:
- Você tem a doença das vacas loucas.
E digo eu:
- Ai é?
E diz ela:
-É!
E nisto pergunto:
-Sendo assim, quanto tempo tenho de vida?
E responde ela:
-14 dias... mas quando é que foi a última vez que comeu carne de vaca?
E remato eu:
-Ontem.
E exclama ela:
-Então ainda o podemos salvar! Dê cá o braço...

No momento em que estou a levar a "seringada" no braço, começo a contorcer-me com dores e acordo. Lembro-me de ter pensado cá para comigo, "Mas que cara*#"!o foi isto?"

A mente humana é uma coisa fascinante, não é?

domingo, 1 de abril de 2007

Flash Interior

Não sou mais que um negativo de mim mesmo
Que se sobrepõe à identidade e me rasga o ser
Já por si torcido, turvo, tremido, incolor, quebrado.
Os restos de mim, ninguém os apanha
Nem eu mesmo os apanho, não sei porquê, talvez por perguiça
Estão ali, apenas a estrovar, a meter nojo
Foda-se!! Alguém que pegue neles, que os limpe, que lhes dê uma lógica, uma ordem!
Eu não estou para isso!
Eu sou apenas e só um negativo de mim mesmo... e isso basta-me.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

1 por 2

A melhor divisão cá de casa é um espaço 1 por 2 chamado... sofá. Dizem que entorta as costas (o que confirmo) mas a verdade é que endireita a alma. Afinal, o que é que são as omoplatas deslocadas em troca de uma ou duas horas molenguice? Quer me parecer que nada! Para além disso, quando se está deitado, o único movimento que se faz é mecher os dedos das mãos, ou para coçar alguma parte do corpo mais incomodativa, ou para fazer zapping.
Um fenómeno muito curioso que ocorre quando já estou naquela fase em que eu e o sofá somos um só, é o facto de, apesar de a minha bexiga estar prestes a rebentar e de até haver duas casas de banho a poucos metros dali... nada acontece. Continuo ali, voluntariamente preso áquele pedaço de madeira, molas, ferro, almofadas e pano. A bexiga a dilatar. Nessa altura começo a pensar: "Bom, se calhar é melhor levantar-me". Novamente, nada acontece. A bexiga a dilatar. "Isto está a tornar-se incomodativo, se calhar é melhor levantar-me...... deixa-me ver o que está a dar no canal odisseia". A bexiga ainda a dilatar.
Não percebo que poder oculto tem este canapé com costas e assentos estufados (definição do dicionário), mas a verdade é que o tem! Suga-nos as forças e até a própria vontade... mas o que é isso em troca de uma ou duas horas de molenguice? Quer me parecer que nada!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007


FFFFFOOOODDDDAAAA-SSSSEEEEEE!!!!!!!!!



... Não há nada como um bom palavrão para aliviar o espírito!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Vazio

No nada me sinto, flutuando
Entre o finito e o infinito
Subitamente...
Serás tu?
Abro os olhos e vejo-te: muda, bela e imperfeita
Quero sentir-te... estás tão perto...
Lentamente, as nossas cabeças encontram-se
O calor da tu respiração invade-me
Passo as mãos pelo teu corpo esguio e sereno
Quente, cada vez mais quente!
Todos os sentidos se misturam, condensando-se num só
Os lábios, instintivamente, aproximam-se
Mas...
Vais ficando cada vez menos densa, menos real, menos quente
O teu corpo vai preenchendo o infinito, porém, estranhamente, o finito continua vazio
E esta névoa em que te transformaste envolve-me suavemente
Fecho os olhos
Já não te sinto, só sinto...
Frio

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Rotina

Ah, os Sábados de manhã! Finalmente um pouco de descanso, finalmente um pouco de ócio, finalmente... "Toca a acordar, que esta casa está a precisar de ser limpa, parece o ninho do cão!" Ah, a doce voz dos Sábados de manhã! São nove em ponto. Levanto-me da cama e dirijo-me, cambaleando, à casa de banho para tomar o meu duche matinal. Já na banheira, enquanto tiro o surro do corpo, aproveito e passo mais um bocado pelas brasas. Pequeno almoço: dois yogurtes danone pedaços de morango. Nas aberturas vêm duas frases que me tocam profundamente e que nunca irei esquecer: "Gosto de ti ao natural" e "Dás-me mimos de andar na lua! Teu, Astronauta". Obrigado por me animares Sr. Danone! E agora, com o pano do pó na mão, o sonasol amoniacal entre os dentes e de aspirador em punho, vou à luta. Não hade ficar nem um ácaro vivo nesta casa... nem um!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

16:37 pm

Sinto a cabeça pesada
A luz cinzenta e mórbida que atravessa a janela turva-me a visão
Não estou lá nem cá
O ar torna-se mais e mais espesso a cada inspiração... o peito solidifica
Este silêncio tão violentamente e agressivamente calmo incomoda-me
Um estranho formigueiro lambe-me o corpo
Não chove

Ao menos se chovesse...

E sempre este tédio claustrofóbico
E sempre constante e igual
E sempre esta tarde que acaba sempre tarde demais
E sempre...

Ao menos se chovesse...